GESAD E RReSSa realizam o 3º Workshop Multisource & INCT SbN: Soluções baseadas na Natureza (SbN) empregadas na gestão das águas urbanas.

28/03/2025 10:30

Nos dias 11 e 13 de março ocorreu o 3º Workshop Multisource & INCT SbN / UFSC-GESAD-RReSSa, realizado na UFSC, em Florianópolis (SC).
Este workshop é resultado da parceria estabelecida no projeto de pesquisa “Sistemas Naturais Aprimorados de Saneamento Aplicados ao Ciclo Urbano da Água” (financiado pela FAPESC 2021TR750) conduzido pelos grupos GESAD e RReSSa da UFSC, com o projeto MULTISOURCE “ModULar Tools for Integrating enhanced natural treatment Solutions in Urban water CyclEs'”, coordenado pelo INRAE/França (financiado pela União Europeia no âmbito do Horizonte 2020).
Foram dois dias intensos de aprendizados, conexões e trocas de experiências, com reflexões profundas sobre como tornar as cidades mais resilientes e sustentáveis por meio das Soluções Baseadas na Natureza (SbN). Além de discutirmos os benefícios e as abordagens inovadoras, também refletimos sobre os principais desafios que ainda precisam ser enfrentados, como:
⚖ Alinhamento entre políticas públicas e regulação;

🤝 Fortalecimento da colaboração entre diferentes atores — pesquisadores, poder público, setor privado e sociedade civil.
O evento contou com a presença de stakeholders de Santa Catarina e outros estados do país, além de pesquisadores da França, Áustria, Alemanha, Espanha e Itália, enriquecendo ainda mais as discussões e promovendo uma troca de experiências internacional.

🔎 Como encerramento do Workshop, realizamos, no terceiro dia, uma visita técnica a três sistemas de wetlands construídos, que são verdadeiros cases de sucesso, proporcionando um aprendizado prático extremamente rico e inspirador!
Que sigamos avançando juntos por cidades mais resilientes, inclusivas e integradas com a natureza! Gratidão por todos que participaram e ajudaram a construir esse evento maravilhoso🌿💧

Pesquisa da UFSC mostra que plástico PET intoxica microcrustáceo na base da cadeia alimentar.

13/03/2025 12:18


Estudo foi realizado no Laboratório de Toxicologia Ambiental (Labtox). Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Um estudo conduzido no Laboratório de Toxicologia Ambiental (Labtox) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou que o descarte inadequado de garrafas PET pode causar uma série de efeitos tóxicos em um pequeno crustáceo de água doce, a dáfnia. Por meio de testes em laboratório, os pesquisadores mostraram que a degradação do PET na água causa danos em células e mitocôndrias e afeta a reprodução, a alimentação e a locomoção desses animais, que estão na base da cadeia alimentar. Os resultados foram publicados na revista científica internacional Science of The Total Environment e fizeram parte da pesquisa de doutorado de Bianca Vicente Costa Oscar, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental.

“Pela literatura, a gente já sabe que os materiais plásticos, quando são liberados na água, sofrem fragmentação e liberam compostos químicos. Só que até que ponto essa fragmentação, cada vez em pedaços menores, interfere no organismo dos animais? E até que ponto esses compostos que o PET libera interferem também na vida do animal?”, questiona Bianca.

O animal escolhido para os testes foi a dáfnia (mais especificamente a espécie Daphnia magna)um microcrustáceo que pode chegar a cinco milímetros de comprimento. Elas vivem em água doce e se alimentam de partículas finas de matéria orgânica em suspensão, incluindo leveduras, bactérias e microalgas. Por outro lado, servem de alimento a peixes e diversos outros animais aquáticos. Então, qualquer impacto na população de dáfnias pode desequilibrar toda a cadeia alimentar. 

“Por conta dessa importância ecológica, no mundo todo, em qualquer laboratório que trabalha com ecotoxicologia, a dáfnia é utilizada como um excelente modelo ecotoxicológico”, afirma o professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental William Gerson Matias, coordenador do Labtox e orientador de Bianca no doutorado.

Microcrustáceo Daphnia magna pode
chegar a cinco milímetros de comprimento.
Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

Degradação e contaminação

Para simular o que acontece com plásticos PET jogados na água, os cientistas cortaram uma garrafa de refrigerante em vários pedaços, que foram colocados em um recipiente com água e expostos, por 24 horas, a uma lâmpada que simula a radiação solar. Os experimentos, que utilizaram também a estrutura multiusuários da UFSC, principalmente o Laboratório Central de Microscopia Eletrônica (LCME), comprovaram que, quando exposto ao sol, o PET libera uma série de compostos químicos na água, com destaque para o antimônio. Tóxico se ingerido ou inalado, o antimônio é um elemento químico amplamente utilizado nas garrafas PET – além de acelerar o processo de fabricação, ele também funciona como retardador de chamas.

Imagens feitas em microscópio demonstram fotodegradação do plástico
PET. A primeira, às 0h, mostra a estrutura do plástico antes de ser degradado. A última mostra como

ficou a estrutura após 24 horas de exposição à água e à luz

Desde sua criação, em 1997, o Labtox desenvolve pesquisas com contaminantes emergentes – aqueles que não têm ainda uma regulação e que não costumam ser monitorados ou eliminados pelos processos tradicionais de tratamento de água. No início, o foco eram as toxinas marinhas que afetam a maricultura, mas os trabalhos foram se diversificando com o tempo.

Em 2010, tiveram início os estudos com nanopartículas metálicas, em cooperação com a Universidade do Quebec em Montreal (UQAM). “Isso nos possibilitou durante muitos anos colaborar com o processo de regulação dessas novas tecnologias”, afirma William.

William Gerson Matias é professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental e coordenador do Labtox. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

“Na minha opinião, esse é um dos melhores papers [artigos científicos] desenvolvido dentro da nossa equipe. Um paper com resultados importantes, porque aborda um processo de degradação de um elemento tão utilizado pela gente, que é o PET. E esse produto de degradação influencia as vidas que têm contato com ele”, enfatiza o professor William.

Atualmente, o grupo se dedica a estudar a toxicidade de contaminantes diversos, incluindo plásticos, medicamentos, agrotóxicos, protetor solar e drogas ilícitas. Procura entender, também, o que acontece quando esses diferentes contaminantes se misturam – afinal, nenhum deles está sozinho no ambiente. A ideia é que os estudos apoiem iniciativas de regulação e ajudem a estabelecer os limites seguros dessas substâncias.

As atividades devem ganhar força com a criação do Instituto Multidisciplinar de Apoio à Regulação de Contaminantes Emergentes (Imarce). Proposto pelo Labtox e aprovado pela Câmara de Pesquisa da UFSC em 2024, o instituto conta com o apoio da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) e da UQAM.

“Todas essas instituições fazem parte desse contexto para induzir um processo de regulação. Como é realizada a regulação? Ela é realizada com as pesquisas desenvolvidas pelos laboratórios do mundo, e, quando há necessidade, um grupo se reúne e pega o que está publicado para tentar estabelecer os limites confiáveis. O instituto está aqui para catalisar esse processo”, ressalta o professor.

Camila Raposo | camila.raposo@ufsc.br

Agência de Comunicação | UFSC

Tags: CTClabtoxLCMEPrograma de Pós-Graduação em Engenharia AmbientalToxicologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

3º Workshop: Soluções baseadas na Natureza (SbN) empregadas na gestão das águas urbanas

06/03/2025 09:49

Data: 11 e 12 de Março de 2025

Horário: 09h00 às 17h30

Inscrições gratuitas e limitadas através do link: Clique aqui

Local: Auditório do Centro de Ciências Biológicas (CCB) |
Andar Térreo – UFSC | R. da Prefeitura Universitária,
Córrego Grande, Florianópolis – SC
Cronograma em PDF (clique aqui)

Dia 1 – 11/03/2025

08:30 – 09:00 Registro dos Presentes
09:00 – 09:30 Abertura
Rodrigo de Almeida Mohedano – ENS/UFSC
Jaime Nivala – INRAE/França (Em Inglês)
Alexandre Bach Trevisan – CASAN-SC
Willian Goetten – ABES-SC
Marcos José de Abreu (Marquito) – Dep. Estadual/SC
09:30 – 10:00 Projeto Multisource – ModULar Tools for Integrating
enhanced natural treatment Solutions in Urban water
CyclEs’
Jaime Nivala – INRAE/FR (Em Inglês)
10:00 – 10:30 INCT-SbN – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia –
Soluções Baseadas na Natureza e atuação do Núcleo UFSC
– Grupos de pesquisa GESAD e RReSSa
David da Motta Marques – INCT-SbN/Brasil
Pablo Heleno Sezerino – GESAD/UFSC
Maria Elisa Magri – RReSSa/UFSC
10:30 – 11:00 Café Interativo – Networking
11:00 – 12:30 Multifuncionalidade e Co benefícios das SbN para gestão
de esgotamento sanitário e águas pluviais no contexto das
mudanças climáticas
Jan Friezen – UFZ/Alemanha (Em Inglês)
Anacleto Rizzo – IRIDRA/Itália (Em Inglês)
Fernando Magalhães –INCT-SbN/Brasil – Núcleo IPH/UFRGS
12:30 – 14:30 Almoço livre
14:30 – 15:30 Fechamento do ciclo urbano da água – Riscos,
Oportunidades e o Papel das SbN
Pedro Carvalho – AU/Dinamarca
Maria Elisa Magri – RReSSa/UFSC
15:30 – 16:00 Café Interativo – Networking
16:00 – 17:15 Apresentação de projetos de SbN para gestão do
esgotamento sanitário e águas pluviais na Europa e no
Brasil
Anacleto Rizzo – IRIDRA/Itália (Em Inglês)
Massimiliano Riva – ICRA/Espanha (Em Inglês)
Alexandre Bach Trevisan – CASAN-SC
17:15 – 17:30 Encaminhamentos e encerramento do dia
Elena Petsani – ICLEI/Alemanha (Em Inglês)
Pablo Sezerino – GESAD/UFSC

Dia 2 – 12/03/2025

08:30 – 09:00 Registro dos Presentes
09:00 – 10:30 Disseminação das SbN e engajamento dos atores brasileiros
Laura Palomar e Elena Petsani – ICLEI/Alemanha (Em Inglês)
Maria Wirth – Alchemia-nova/Áustria (Em Inglês)
Atores brasileiros (stakeholders)
10:30 – 11:00 Café Interativo – Networking
11:00 – 12:30 Workshop: Ferramentas Multisource de disseminação das SbN
– tomada de decisão para seleção de tecnologias e gestão das
águas urbanas
Jan Friezen – UFZ/Alemanha (Em Inglês)
Massimiliano Riva – ICRA/Espanha (Em Inglês)
12:30 – 14:30 Almoço livre
14:30 – 16:00 Cases empresariais em SbN: Concepção, Tecnologias e
Engajamento
Rotária do Brasil – Florianópolis/SC
Wetlands Construídos – Belo Horizonte/MG
Emboa Ecosan – Florianópolis/SC
16:00 – 16:30 Encaminhamentos e encerramento do workshop
Maria Wirth – Alchemia-nova/Áustria (Em Inglês)
Jaime Nivala – INRAE/França (Em Inglês)
Maria Magri – RReSSa/UFSC
Pablo Sezerino – GESAD/UFSC
Este workshop é resultado da parceria estabelecida no projeto de pesquisa
“Sistemas Naturais Aprimorados de Saneamento Aplicados ao Ciclo
Urbano da Água” (financiado pela FAPESC 2021TR750) conduzido pelos
grupos GESAD e RReSSa da UFSC, com o projeto MULTISOURCE “ModULar
Tools for Integrating enhanced natural treatment Solutions in Urban water
CyclEs’”, coordenado pelo INRAE/França (financiado pela União Europeia
no âmbito do Horizonte 2020).

Instituições e Grupos de pesquisa participantes do workshop:
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
GESAD – Grupo de Estudos em Saneamento Descentralizado
RReSSa – Grupo de Pesquisa em Recuperação de Recursos em Sistemas de
Saneamento
INCT-SBN – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Soluções Baseadas
na Natureza
CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
ARIS – Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento
INRAE – National Research Institute for Agriculture, Food and Environment
– França
AU – Aahus University – Dinamarca
UFZ – Helmholtz Centre for Environmental Research – Alemanha
ICRA – Catalan Water Research Institute – Espanha
ICLEI – Local Governments for Sustainability – Alemanha
IRIDRA – Engineering and Consultancy – Itália
Alchemia-nova – Research and Innovation Institute – Áustria