Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
  • Publicado em 27/01/2023 às 11:45 11Fri, 27 Jan 2023 11:45:29 +000029.


  • Pesquisa da UFSC mostra que plástico PET intoxica microcrustáceo na base da cadeia alimentar.

    Publicado em 13/03/2025 às 12:18 12Thu, 13 Mar 2025 12:18:58 +000058.


    Estudo foi realizado no Laboratório de Toxicologia Ambiental (Labtox). Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

    Um estudo conduzido no Laboratório de Toxicologia Ambiental (Labtox) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) revelou que o descarte inadequado de garrafas PET pode causar uma série de efeitos tóxicos em um pequeno crustáceo de água doce, a dáfnia. Por meio de testes em laboratório, os pesquisadores mostraram que a degradação do PET na água causa danos em células e mitocôndrias e afeta a reprodução, a alimentação e a locomoção desses animais, que estão na base da cadeia alimentar. Os resultados foram publicados na revista científica internacional Science of The Total Environment e fizeram parte da pesquisa de doutorado de Bianca Vicente Costa Oscar, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental.

    “Pela literatura, a gente já sabe que os materiais plásticos, quando são liberados na água, sofrem fragmentação e liberam compostos químicos. Só que até que ponto essa fragmentação, cada vez em pedaços menores, interfere no organismo dos animais? E até que ponto esses compostos que o PET libera interferem também na vida do animal?”, questiona Bianca.

    O animal escolhido para os testes foi a dáfnia (mais especificamente a espécie Daphnia magna)um microcrustáceo que pode chegar a cinco milímetros de comprimento. Elas vivem em água doce e se alimentam de partículas finas de matéria orgânica em suspensão, incluindo leveduras, bactérias e microalgas. Por outro lado, servem de alimento a peixes e diversos outros animais aquáticos. Então, qualquer impacto na população de dáfnias pode desequilibrar toda a cadeia alimentar. 

    “Por conta dessa importância ecológica, no mundo todo, em qualquer laboratório que trabalha com ecotoxicologia, a dáfnia é utilizada como um excelente modelo ecotoxicológico”, afirma o professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental William Gerson Matias, coordenador do Labtox e orientador de Bianca no doutorado.

    Microcrustáceo Daphnia magna pode
    chegar a cinco milímetros de comprimento.
    Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

    Degradação e contaminação

    Para simular o que acontece com plásticos PET jogados na água, os cientistas cortaram uma garrafa de refrigerante em vários pedaços, que foram colocados em um recipiente com água e expostos, por 24 horas, a uma lâmpada que simula a radiação solar. Os experimentos, que utilizaram também a estrutura multiusuários da UFSC, principalmente o Laboratório Central de Microscopia Eletrônica (LCME), comprovaram que, quando exposto ao sol, o PET libera uma série de compostos químicos na água, com destaque para o antimônio. Tóxico se ingerido ou inalado, o antimônio é um elemento químico amplamente utilizado nas garrafas PET – além de acelerar o processo de fabricação, ele também funciona como retardador de chamas.

    Imagens feitas em microscópio demonstram
    fotodegradação do plástico PET. A primeira,
    às 0h, mostra a estrutura do plástico antes
    de ser degradado. A última mostra como
    ficou a estrutura após 24 horas de exposição
    à água e à luz

    Um grupo de dáfnias foi mantido nessa água, cheia de antimônio e outros compostos liberados pela degradação do PET, por 21 dias. Isso permitiu que os cientistas constatassem uma série de efeitos tóxicos decorrentes da exposição crônica aos subprodutos do plástico.

    Entre outros problemas, foram observados rompimento de membranas celulares e danos nas mitocôndrias – responsáveis pela respiração celular –, nos tecidos e nas estruturas responsáveis pela locomoção e pela alimentação. Os pesquisadores também notaram que elas nadavam menos e os batimentos cardíacos ficaram mais fracos, bem como mudanças nos movimentos torácicos, em parâmetros de estresse oxidativo e nos padrões de reprodução.

    “Elas geraram uma quantidade muito menor de filhotes, e a primeira ninhada dessas dáfnias foi muito mais cedo. Então, as dáfnias que não estavam expostas a esse líquido da degradação geraram filhotes em 14, 15 dias. As dáfnias que foram expostas geraram em 6, 7 dias. E houve a diminuição da quantidade de filhotes também. Se antes demorava 14 dias, e na primeira ninhada a dáfnia soltava 10, 15 filhotes, ela começou a soltar 1, 2, 3, e muitos nem sobreviviam”, relata Bianca.

    Efeitos na geração seguinte

    Os cientistas também fizeram testes em filhotes dessas dáfnias. Expostos aos contaminantes durante o período embrionário, ao nascer, eles foram colocados em um recipiente com água limpa, livre das substâncias resultantes da degradação do PET. O objetivo era fazer um teste de recuperação, “para ver se esses organismos conseguiam se recuperar depois de tudo isso que as mães passaram, e que eles passaram também na forma embrionária”, explica a pesquisadora.

    Apesar de efeitos tóxicos permanecerem na nova geração, foi possível perceber melhorias em alguns dos parâmetros analisados, o que indica um processo de recuperação. Os filhotes apresentaram melhora considerável na frequência cardíaca e na movimentação dos membros torácicos. Por outro lado, problemas reprodutivos e de locomoção se mantiveram, “demonstrando que os efeitos tóxicos do PET envelhecido atingiram gerações subsequentes de D. magna exposta e ameaçaram a manutenção desta espécie”, informa o resumo elaborado pelos cientistas.

    Trajetórias médias de natação das dáfnias das gerações P (mães) e F1 (filhotes). A primeira coluna mostra a movimentação dos animais do grupo-controle. A segunda mostra como a exposição aos subprodutos do PET impactou a distância percorrida pelos animais, afetando inclusive os filhotes

    “Na minha opinião, esse é um dos melhores papers [artigos científicos] desenvolvido dentro da nossa equipe. Um paper com resultados importantes, porque aborda um processo de degradação de um elemento tão utilizado pela gente, que é o PET. E esse produto de degradação influencia as vidas que têm contato com ele”, enfatiza o professor William.

    Desde sua criação, em 1997, o Labtox desenvolve pesquisas com contaminantes emergentes – aqueles que não têm ainda uma regulação e que não costumam ser monitorados ou eliminados pelos processos tradicionais de tratamento de água. No início, o foco eram as toxinas marinhas que afetam a maricultura, mas os trabalhos foram se diversificando com o tempo.

    Em 2010, tiveram início os estudos com nanopartículas metálicas, em cooperação com a Universidade do Quebec em Montreal (UQAM). “Isso nos possibilitou durante muitos anos colaborar com o processo de regulação dessas novas tecnologias”, afirma William.

     

    William Gerson Matias é professor do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental e coordenador do Labtox. Foto: Gustavo Diehl/Agecom/UFSC

    Atualmente, o grupo se dedica a estudar a toxicidade de contaminantes diversos, incluindo plásticos, medicamentos, agrotóxicos, protetor solar e drogas ilícitas. Procura entender, também, o que acontece quando esses diferentes contaminantes se misturam – afinal, nenhum deles está sozinho no ambiente. A ideia é que os estudos apoiem iniciativas de regulação e ajudem a estabelecer os limites seguros dessas substâncias.

    As atividades devem ganhar força com a criação do Instituto Multidisciplinar de Apoio à Regulação de Contaminantes Emergentes (Imarce). Proposto pelo Labtox e aprovado pela Câmara de Pesquisa da UFSC em 2024, o instituto conta com o apoio da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) e da UQAM.

    “Todas essas instituições fazem parte desse contexto para induzir um processo de regulação. Como é realizada a regulação? Ela é realizada com as pesquisas desenvolvidas pelos laboratórios do mundo, e, quando há necessidade, um grupo se reúne e pega o que está publicado para tentar estabelecer os limites confiáveis. O instituto está aqui para catalisar esse processo”, ressalta o professor.

     

    Camila Raposo | camila.raposo@ufsc.br
    Agência de Comunicação | UFSC

    Tags: CTClabtoxLCMEPrograma de Pós-Graduação em Engenharia AmbientalToxicologiaUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina


  • 3º Workshop: Soluções baseadas na Natureza (SbN) empregadas na gestão das águas urbanas

    Publicado em 06/03/2025 às 09:49 09Thu, 06 Mar 2025 09:49:49 +000049.

    Data: 11 e 12 de Março de 2025

    Horário: 09h00 às 17h30

    Inscrições gratuitas e limitadas através do link: Clique aqui

    Local: Auditório do Centro de Ciências Biológicas (CCB) |
    Andar Térreo – UFSC | R. da Prefeitura Universitária,
    Córrego Grande, Florianópolis – SC
    Cronograma em PDF (clique aqui)

    Dia 1 – 11/03/2025

    08:30 – 09:00 Registro dos Presentes
    09:00 – 09:30 Abertura
    Rodrigo de Almeida Mohedano – ENS/UFSC
    Jaime Nivala – INRAE/França (Em Inglês)
    Alexandre Bach Trevisan – CASAN-SC
    Willian Goetten – ABES-SC
    Marcos José de Abreu (Marquito) – Dep. Estadual/SC
    09:30 – 10:00 Projeto Multisource – ModULar Tools for Integrating
    enhanced natural treatment Solutions in Urban water
    CyclEs’
    Jaime Nivala – INRAE/FR (Em Inglês)
    10:00 – 10:30 INCT-SbN – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia –
    Soluções Baseadas na Natureza e atuação do Núcleo UFSC
    – Grupos de pesquisa GESAD e RReSSa
    David da Motta Marques – INCT-SbN/Brasil
    Pablo Heleno Sezerino – GESAD/UFSC
    Maria Elisa Magri – RReSSa/UFSC
    10:30 – 11:00 Café Interativo – Networking
    11:00 – 12:30 Multifuncionalidade e Co benefícios das SbN para gestão
    de esgotamento sanitário e águas pluviais no contexto das
    mudanças climáticas
    Jan Friezen – UFZ/Alemanha (Em Inglês)
    Anacleto Rizzo – IRIDRA/Itália (Em Inglês)
    Fernando Magalhães –INCT-SbN/Brasil – Núcleo IPH/UFRGS
    12:30 – 14:30 Almoço livre
    14:30 – 15:30 Fechamento do ciclo urbano da água – Riscos,
    Oportunidades e o Papel das SbN
    Pedro Carvalho – AU/Dinamarca
    Maria Elisa Magri – RReSSa/UFSC
    15:30 – 16:00 Café Interativo – Networking
    16:00 – 17:15 Apresentação de projetos de SbN para gestão do
    esgotamento sanitário e águas pluviais na Europa e no
    Brasil
    Anacleto Rizzo – IRIDRA/Itália (Em Inglês)
    Massimiliano Riva – ICRA/Espanha (Em Inglês)
    Alexandre Bach Trevisan – CASAN-SC
    17:15 – 17:30 Encaminhamentos e encerramento do dia
    Elena Petsani – ICLEI/Alemanha (Em Inglês)
    Pablo Sezerino – GESAD/UFSC

    Dia 2 – 12/03/2025

    08:30 – 09:00 Registro dos Presentes
    09:00 – 10:30 Disseminação das SbN e engajamento dos atores brasileiros
    Laura Palomar e Elena Petsani – ICLEI/Alemanha (Em Inglês)
    Maria Wirth – Alchemia-nova/Áustria (Em Inglês)
    Atores brasileiros (stakeholders)
    10:30 – 11:00 Café Interativo – Networking
    11:00 – 12:30 Workshop: Ferramentas Multisource de disseminação das SbN
    – tomada de decisão para seleção de tecnologias e gestão das
    águas urbanas
    Jan Friezen – UFZ/Alemanha (Em Inglês)
    Massimiliano Riva – ICRA/Espanha (Em Inglês)
    12:30 – 14:30 Almoço livre
    14:30 – 16:00 Cases empresariais em SbN: Concepção, Tecnologias e
    Engajamento
    Rotária do Brasil – Florianópolis/SC
    Wetlands Construídos – Belo Horizonte/MG
    Emboa Ecosan – Florianópolis/SC
    16:00 – 16:30 Encaminhamentos e encerramento do workshop
    Maria Wirth – Alchemia-nova/Áustria (Em Inglês)
    Jaime Nivala – INRAE/França (Em Inglês)
    Maria Magri – RReSSa/UFSC
    Pablo Sezerino – GESAD/UFSC
    Este workshop é resultado da parceria estabelecida no projeto de pesquisa
    “Sistemas Naturais Aprimorados de Saneamento Aplicados ao Ciclo
    Urbano da Água” (financiado pela FAPESC 2021TR750) conduzido pelos
    grupos GESAD e RReSSa da UFSC, com o projeto MULTISOURCE “ModULar
    Tools for Integrating enhanced natural treatment Solutions in Urban water
    CyclEs’”, coordenado pelo INRAE/França (financiado pela União Europeia
    no âmbito do Horizonte 2020).

    Instituições e Grupos de pesquisa participantes do workshop:
    UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
    GESAD – Grupo de Estudos em Saneamento Descentralizado
    RReSSa – Grupo de Pesquisa em Recuperação de Recursos em Sistemas de
    Saneamento
    INCT-SBN – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Soluções Baseadas
    na Natureza
    CASAN – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento
    ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
    ARIS – Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento
    INRAE – National Research Institute for Agriculture, Food and Environment
    – França
    AU – Aahus University – Dinamarca
    UFZ – Helmholtz Centre for Environmental Research – Alemanha
    ICRA – Catalan Water Research Institute – Espanha
    ICLEI – Local Governments for Sustainability – Alemanha
    IRIDRA – Engineering and Consultancy – Itália
    Alchemia-nova – Research and Innovation Institute – Áustria

     

     


  • Resultado – Processo Seletivo 2025.1: Bolsas de Mestrado e Doutorado

    Publicado em 28/02/2025 às 18:39 06Fri, 28 Feb 2025 18:39:52 +000052.

    Só será possível saber a quantidade de bolsas disponíveis a partir da semana que vem, em razão do calendário das agências de fomento. Assim que esse número estiver disponível, os bolsistas serão contactados pela Coordenação, de acordo com a ordem de classificação, para reunião das informações e documentação necessária para a implementação das bolsas.

    A previsão de recebimento da primeira parcela da bolsa, considerando a previsão de implementação no mês de março e salvo alguma ocorrência excepcional, é abril de 2024.

    As bolsas serão distribuídas de acordo com a classificação dos(as) candidatos(as) e a disponibilidade.

    Lembrando que a Coordenação entrará em contato com os(as) candidatos(as) aprovados, de acordo com a disponibilidade das bolsas.

    MESTRADO

    Nome PAA Modalidade – PAA Dedicação exclusiva? Pontuação solicitada Pontuação validada Inscrição Colocação
    Grazieli Pereira da Silva Sim PPI Sim 6,5 6,5 Homologada
    Igor Vinicius Reynaldo Tibúrcio Não Sim 23 23 Homologada
    Felipe Martins Pineroli Não Sim 13,1 13,1 Homologada
    Ana Gabriela Bosse Andrade Não Sim 15,5 11 Homologada
    Christian Strack Não Sim 8,5 8,5 Homologada
    Tamires R. P. C. dos Santos Não Sim 8,5 8,5 Homologada
    Muriell Bernardo de Macedo Não Sim 26 8 Homologada
    Maria Eduarda Gonçalves Não Sim 9,5 7,5 Homologada
    Maria Luíza Q. L. S. C. Costa Não Sim 12,5 7,5 Homologada
    Cananda de Souza Damasceno Não Sim 19,4 3,9 Homologada 10º
    Lindamara Pereira Marques Sim PPI Não 5 1 Homologada 11º
    Júlia Zanette Penso Não Não 22,5 20 Homologada 12º
    Henrique Sbecker Leite Não Não 32 14 Homologada 13º
    Larissa de Andrade Gonçalves Não Não 14 12 Homologada 14º
    Jessica Rodrigues Cardoso Não Não 5,9 5,4 Homologada 15º
    Thea Louise Sequeira Pessoa Não Não 21 4 Homologada 16º

    DOUTORADO

    Nome PAA Modalidade – PAA Dedicação exclusiva? Pontuação solicitada Pontuação validada Inscrição Colocação
    Saman Belizario Sim PPI Não 39 39 Homologada
    Vinicius Nascimento Sim PPI Não 36 32 Homologada
    Gabriela Anzanello Rodrigues Não Sim 52,5 48,5 Homologada
    Marília de Medeiros Machado Não Sim 31,5 18,5 Homologada
    Abraão da Silva Pereira Não Não 30 30 Homologada
    Juliana Francine da Costa Não Não 30,5 28,5 Homologada